Seguir!
Sentir a vida em todo seu fervor.
Da mais forte alegria a mais profunda dor.
Da mais vil tentaçãoà mais pura emoção!
Errar!
Sem destino, sem leme, sempre errar!
Sem pensar em chegar nem lembrar de voltar.
Ir seguindo somente como sombra no chão.
Que se alonga se encolhe, se espalha no clarão.
Tendo a morte nos olhos ter os olhos na vida
Com a mesma sensação ao chegar na partida.
Vida a fora aturdida, aturdida na vida!
Sem remorso, sem mágoas, sem lembrança empanada
Como nau que se afasta.
Como vaga que se esprai!
Ir assim como vim,
Confundir-me no nada!
Nazaré Varella
Macaé, 25 de setembro de 1970
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